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Covid-19 – O mundo vai mudar?

Atualizado: 6 de abr. de 2020

No início de 2020, a China comunicou ao mundo o que parecia ser um surto limitado de uma infecção viral que atingia principalmente a parte respiratória dos infectados. Não se sabia ao certo mas parecia ser um tipo de vírus do grupo CORONAVÍRUS (já conhecido por outros surtos ocorridos em anos passados). Hoje as informações já estão um pouco mais densas a sim como o que era para ser um surto limitado a uma pequena população transformou-se numa doença que já se espalhou por todo globo terrestre em poucas semanas. Sabe-se também que os primeiros casos desta infecção teriam sido detectados em novembro 2019, e que o CORONAVÍRUS responsável era de uma cepa ou espécie nova, com a qual humanos não tinham até então tido qualquer contato.



O ocultamento das informações pelas autoridades chinesas teve gravíssima consequência: os estudos para combater a virose foram muito atrasados e esta cepa de vírus corona tem a peculiaridade de disseminar-se de forma imperceptível com velocidade e alcance alarmantes. Contrariamente a outras espécies de vírus corona, este, uma vez introduzido no organismo passa a reproduzir-se com muita rapidez e seu portador não apresenta qualquer sintoma importante, tornando-se assim um vetor de contagio, isto é, transforma-se num disseminador do vírus para outras pessoas sem que haja qualquer sinal. Embora este vírus não penetre em nosso corpo através da pele integra e sim, apenas pelas mucosas, onde encontra receptores aos quais se fixa e penetra nas células, ele permanece vivo nas superfícies da pele, de panos, de madeira, de aço ou cobre, enfim sobre qualquer superfície onde seja depositado. Isto vale dizer que a mão que cumprimentou com um aperto a mão de uma pessoa contaminada, irá ficar carregando o vírus. Basta cumprimentar outra pessoa ou segurar um objeto qualquer para que ali deixe também estes vírus que recebeu naquele aperto de mão. A pessoa seguinte que acionar com a mão aquela maçaneta de porta, apoiar-se naquele mesmo balcão, segurar aquele mesmo copo, enfim, tiver qualquer contato onde exista a presença de vírus, o terá em suas mãos. Qualquer destas pessoas que tocar com a mão a sua boca ou seu nariz ou coçar suas pálpebras, estará introduzindo para dentro de seu corpo o CORONAVÍRUS 2019.


Estará adquirindo a doença denominada COVID-19. A pessoa comum desenvolvera uma reação de grande ou pequena intensidade, semelhante a um estado gripal: tosse seca, coriza, febre e dores músculo articulares após o tempo de 2 a 4 dias do contagio. Tornou-se porém um vetor disseminando os vírus, que já estavam se multiplicando velozmente em seu corpo ANTES que tivessem iniciado seus sintomas.

Para as pessoas mais fracas imunologicamente, isto é, que não tem resistência em seu corpo para combater infecções, estará criado um problema grave, em grande parte das vezes, mortal. Diferentemente daquela maioria de indivíduos que sentiram apenas um estado gripal mais leve ou mais incomodo, estas pessoas vulneráveis são idosos, imunodeprimidos por outras doenças ou por medicamentos que tomam para tratamentos onde se busca exatamente baixar a imunidade da pessoa, como em transplantados, alguns tipos de cancerígenos, alguns tipos de reumáticos ou ainda pessoas com irritações ou alergias crônicas. Em resumo, a grande mortalidade existe com o COVID-19 pelo fato de o vírus expandir-se com muita rapidez, alcançando uma população muito grande.



Com isto estatisticamente o número de casos graves ou mortais também se apresenta muito alto. Tão alto que suplanta em muitas vezes a capacidade de hospitais e centros de saúde, aí incluídos os recursos humanos especializados e os recursos de equipamentos especializados, fazendo com que fiquem sem tratamento inúmeros doentes que acabam morrendo pela destruição pulmonar trazida pelo vírus ou pela descompensação das doenças crônicas que já existiam e que foram agravadas pelo mal estado que o doente apresentou. Observe-se que os atendimentos de outras doenças graves em hospitais, como as cardiopatias, nefropatias, pneumopatias, e disfunções metabólicas graves relacionadas com outras infecções e todos os traumatismo que hoje existem (trânsito, agressões, acidentes de toda a ordem) não cessaram de existir. Então a capacidade de atendimento especializado para TODOS OS DOENTES GRAVES está muito aquém da necessidade que agora foi criada pela pandemia de COVID-19. Até o momento não existe remédio, vacina, e não há benzedura que resolva.

Por tudo que foi dito acima sabe-se que a única defesa contra uma mortandade em massa consiste em tornar mais lento o avanço do vírus. Como fazê-lo? Controle social, isto é, isolamento das pessoas de um modo geral. As autoridades sanitárias estão instruindo a população, que infelizmente ainda não se convenceu de forma suficiente desta necessidade. As empresas, entretanto, já afeitas a pensar em Segurança e Prevenção, estão tomando as atitudes corretas: fechar as portas ou limitar no maior grau possível o convívio ou a aproximação entre seus clientes, tanto os internos como os externos.



No mundo inteiro a Economia vai sofrer um enorme set back: as perdas financeiras serão contadas em trilhões e trilhões e não haverá pais que não seja afetado. Existe, entretanto, toda uma tecnologia de comunicação que se presta também ao convencimento das pessoas em todas as populações de que estes fatos são transitórios e que quanto mais rigor e paciência tivermos agora, tanto menor será a gravidade daquilo que veio como a praga que parou o mundo. Novas atitudes e escolhas diferentes estarão sendo feitas daqui para frente para que todos os países possam estar mais preparados para guerras contra epidemias, fome, sede e ódio do que contra seres humanos, países, e mesmo contra o próprio planeta. A humanidade está sendo acordada à força. Novos tempos, mais auspiciosos deverão vir. Marcos Reckziegel Médico do Trabalho

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